• Entrevista Folha.com - F5

    O astro Zac Efron, mais conhecido como o Troy de "High School Musical", empresta sua voz ao garoto Ted na versão original de "O Lorax - Em Búscula da Trúfula Perdida" (classificação livre), que estreou ontem nos cinemas do Brasil. (Aqui, quem dubla o personagem é o ator Gustavo Pereira.)

    Seu personagem é corajoso e destemido, bem diferente do Zac que apareceu na sala de entrevistas em Los Angeles, em fevereiro.

    Desconfiado e tenso, o ator não falou muito. Ao longo da entrevista, expressou o medo de que os jornalistas presentes mudassem o que ele respondesse, causando-lhe dor de cabeça. Mesmo com o pé atrás, contou sobre Ted, fama, namoradas e, claro, "High School Musical".

    Confira abaixo trecho do bate-papo exclusivo.

    Que idade você tinha quando leu "Lorax" pela primeira vez?
    Zac Efron - Não me lembro, alguém leu para mim. Eu era muito novo, ficava desenhando o personagem. Mas a mensagem do livro ficou para sempre.

    Você se preocupa com a natureza no seu dia a dia?
    Eu tento. Gastava muitos papéis imprimindo textos para os ensaios, agora leio no tablet. E procuro reciclar garrafas plásticas, tenho luz solar no meu quintal, faço a minha parte. Meu pai sempre ficava louco quando eu deixava a luz acesa, agora que tenho minha casa eu o entendo. São pequenas coisas que fazem a diferença.

    Como foi a experiência de dublagem em "Lorax"?
    Maravilhosa, me diverti em cada segundo. Assistir depois a tudo junto te faz esquecer que foi você quem fez a voz. E aí percebe que faz parte de algo bacana. Me sinto bem por estar com um elenco desses. Dany DeVito é um ícone, e fiz um filme com ele. [Zac bate uma palma, comemorando].

    O que acha do seu personagem Ted, de "Lorax"?
    Ele é motivado, corajoso, persistente e teimoso.

    Ted faz de tudo para conquistar o amor de uma garota. E você, qual a maior loucura que já fez por uma mulher?
    Tive apenas duas namoradas, e por longo tempo. Mas já fiz muitas loucuras. As coisas mais românticas são as que vêm do coração. Gosto de desenhar, escrever ou cantar para elas, quando é alguém especial você faz isso naturalmente.

    Seu público mudou muito desde "High School Musical"?
    Não tenho certeza, mas eles também cresceram. Descobriremos juntos.

    Na época de HSM você era perseguido pelos fãs por onde passava. Agora se sente confortável com a fama?
    Confortável não é bem a palavra, ainda é surreal. Mas me fiz uma promessa, desde o início: não importa o que aconteça, tenho que manter meus princípios. Fazer as coisas pelas razões corretas, porque amo o trabalho, porque me toca. O resto do que acontece eu não posso controlar.

    Quando você vê alguém como Justin Bieber, um pouco mais novo que você e já fazendo tanto sucesso... Que conselho lhe daria sobre a fama?
    Ele é uma estrela do rock. [Zac faz silêncio, pensativo] Hum, não quero que isso saia como "Zac Efron dá conselhos a Justin Bieber". Então...

    Então vamos falar em termos gerais. Que conselho daria para quem faz sucesso muito jovem?
    Depende muito do jeito como você é criado, estar perto da família ajuda. Quando eu já tinha feito alguns filmes, meu pai e eu tivemos uma conversa sincera. Nunca esqueço o que ele disse, me olhando nos olhos: "Lembre o que disse no seu primeiro dia: você pode largar tudo isso quando quiser e ser bom fazendo qualquer coisa que desejar".

    Você vai interpretar um repórter no seu próximo filme. Está procurando novos personagens, tentando se despedir da imagem de "garoto da Disney"?
    Sim, claro, quero interpretar todo tipo de personagem.

    Acha que um dia pode se tornar um diretor?
    Sim, adoraria.

    Você abriu sua produtora agora, que tipo de filmes vai produzir?
    Estamos analisando algumas propostas. É bom ser capaz de ajudar a levantar uma ideia desde o início. É um desafio, realmente assustador, mas é bom ter mais relações com pessoas criativas.

    Vai até lá todos os dias?
    Depende. Quando estou filmando, não, mas de vez em quando vou lá e jogo uma bomba. Sou um tirano, um chefe terrível [risos]. Não, falando sério, é muito divertido. Somos apenas um grupo de jovens querendo fazer filmes legais. Espero que possamos. Desejem-nos sorte.

    GABRIELLA MANCINI
    ENVIADA ESPECIAL A LOS ANGELES (EUA)

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